Uma Prática Interdisciplinar: História e Literatura

 Pensar a educação a partir da interdisciplinaridade é ir além da mera transmissão de conteúdo, onde o aluno é um ser-objeto dividido em gavetas. É considerar a aproximação que certas disciplinas tem como a interdependência estreita entre os estudos literários e as ciências sociais, como diz Jean Paul Sartre “ Todo escritor possui uma liberdade condicional de criação, uma vez que os seus temas, motivos, valores, normas ou revoltas são fornecidos ou sugeridos pela sua sociedade e seu tempo – e é destes que ele falam.” Embora a literatura seja um produto artístico, com características estéticas está enraizada no contexto histórico. Sendo assim, estudar a literatura e a história numa perspectiva interdisciplinar favorece a compreensão e a assimilação, pois somos movidos por” histórias” e, a literatura é o testemunho da sociedade, revelando as tensões e magoas, numa perspectiva tenaz, pois expressa mais um anseio de mudança do que os mecanismos da permanência, uma vez que seu compromisso maior é com a fantasia e não com a realidade, preocupa-se com aquilo que poderia, ou deveria ser a ordem das coisas, mais do que com seu estado real. Enquanto a história procura o "ser" das estruturas sociais, a literatura fornece a expectativa do seu "vir-a-ser". O objeto de pesquisa do historiador é a realidade. O escritor ocupa-se com a possibilidade. Esta diferença deve ser considerada pelo historiador diante do material literário. Diante do exposto, aceitei o convite feito pelo Professor de História Jonathan Demori Szldanha, para realizarmos uma atividade interdisciplinar, uma vez que estavas trabalhando a história do período colonial e eu estava trabalhando igualmente a literatura do século XVI ao século XIX. Assim propusemos aos alunos das turmas 3101 e 102 que produzissem um texto literário, contando a história daqueles que foram condenados a silenciar. Para desenvolver tal atividade fizemos leituras específicas que integram os períodos literários da época; também estimulamos a pesquisa de campo, isto é a coleta de histórias passadas pelas gerações sobre estes períodos históricos.
Aí está o resultado, " os contos", como seus autores chamam.Eis agora os textos produzidos pelos alunos:
                                            

______________________________________________________________
                        Amor Preto e Branco
A muitos e muitos anos atrás...
Havia um senhor que tinha como uma de suas posses uma imensa fazenda. Para cultivar suas plantações, necessitava de mais escravos. Então foi até a cidade fazer suas compras, chegando ao comércio se interessou por um grupo de fortes escravos, que estavam para serem vendidos, sendo assim os negociou.
Partiu para a fazenda acompanhada das “peças” recém adquiridas.
Ao chegar a sua casa encontrou Esmeralda sua filha, retornando de seu passeio matinal pela fazenda, lhe mostrou seus novos escravos obrigando-os a se curvar diante dela.
Neste encontro os olhares de Jesuíno e Esmeralda se cruzaram, surgindo aí uma grande e inesperada paixão!
Deste dia em diante Esmeralda e Jesuíno vivam arrumando pretextos, maneiras de se encontrarem.
Nestes encontros que aconteciam clandestinamente, Esmeralda engravidou... Quando as mentiras ficaram inúteis não havia outra maneira a não ser fugir!
Em um entardecer, os dois fugiram e refugiaram-se em um quilombo onde seu pai não tinha poder algum sobre eles.
E assim, puderam criar seu filho sem que ninguém pudesse fazer mal algum aos mesmos.

Caroly Bett    Turma: 3101
_____________________________________________

                                              Sem Limites



        No fim do século XVIII no interior do sertão vivia José, um escravo negro, sem alegria, com olhar triste, mal vestido, e órfão de pai e mãe. Maria, menina rica, cabelos claros, olhar envolvente, filha do homem mais poderoso da cidade, o Coronel Frederico, que era um homem frio, injusto e cheio de escravos, inclusive José que desde que seus pais foram mortos a chicotadas numa outra fazenda, ele foi vendido ao Coronel por preço de pão.

          Tudo corria bem, José com seus trabalhos, Maria com suas mordomias. Em uma tarde Maria na janela daquela casa cinzenta estava triste e inconsolável com algumas atitudes de seu pai, e José cansando cortando lenha.

       Mas o destino aprontou para os dois, uma quente paixão foi nascendo naquele momento, mas o covarde Coronel nunca iria aceitar o romance, então perdidos e cegos pela paixão resolveram iniciar um namoro em segredo, Maria dizia:

       - José tu és meu homem, eu te amo e serei sempre tua meu anjo adorado.

        Maria começou a chorar, José aos seus pés disse:

        - Sou muito pouco para ser teu amado.

       Não demorou muito tempo, o pai de Maria sujeito malvado, descobriu o romance, o desastre estava feito, ficou furioso, indignado, pegou um chicote largo e forte, saiu sem dar explicações a ninguém, mas Maria já sentiu no jeito amargo do pai o que lhe aguardava. O Coronel entrou na senzala, puxou o seu escravo pelos cabelos e falou:

       - Agora você vai ser castigado, seu pobre coitado. Maria é uma Dama, menina rica, você nunca vai chegar aos pés dela seu negro atrevido.

        Coronel estava furioso, mandou José arrumar seus trapos pois , iria ser vendido.

       Para José foi um golpe profundo, resolveu fugir no mundo, mas antes da partida tinha que falar com sua amada, escondeu-se e para Maria falou assim:

      - Sou apenas um caboclo, tu és uma dama.

     Maria assustada interrompeu José:

           - O que você quer dizer com isso?

        Mas José continuou:

         - Existe um bom Deus e faz tudo perfeito. Querida, você vai ser minha, se um dia obrigarem você a se casar estarei lá para te buscar, mas agora eis de ir.

        José foi embora decidido, com o plano feito, mas Maria havia perdido as esperanças de viver o seu amor.

        Passaram-se dez anos, Maria solteira, José solteiro, mas Coronel ambicioso logo arrumou um bom partido para a filha. Pobre Maria detestava o pai, um velho nojento, sem piedade, mas dono do mundo e com muito dinheiro.

        Maria não queria, não havia esquecido seu primeiro amor, José, mas o casamento já estava marcado para o mês de janeiro, suas esperanças haviam acabado de vez.

         O grande dia chegou, Maria de branco, recheada de ouro, estava linda, capangas e guardas armados cercavam a igreja aguardando o menino por mandato do Coronel Frederico, que tentava impedir alguma graça da filha, que se quer pensava em não se casar de medo do pai.

         José vestido de guarda esperava a menina na porta da igreja, a menina ficou surpresa, e muito feliz com os pensamentos a mil, depois de dez anos, enfim conseguiu fugir com o amado. José deu um golpe incrível, ninguém desconfiava, nem mesmo o Coronel que era José o guarda de farda honrada.

Nome: Susiane Zarichta                        Turma: 3101.


_____________________________________________________   _________________

                                            A REBELIÃO

Há muito tempo atrás, no século XVII milhares de negros eram transportados diariamente do seu país de origem, a áfrica, para “trabalhar” nas terras do Brasil colonial. Esses negros viravam escravos. Eles vinham para cá em navios, mais conhecidos como navios negreiros.
As condições eram precárias nem animais viveriam daquela maneira.
Tudo começava quando capatazes a mando de senhores iam até as aldeias africanas e compravam os prisioneiros de outras guerras perdidas.
Nessas aldeias ficavam todos separados: homens de um lado, mulheres de outro, para que não houvesse nenhum tipo de relacionamento. Mas houve uma exceção: Rita e Josué.
A paixão dos dois era amor a primeira vista. Esse amor iniciou quando os dois foram levados para as aldeias:foi apenas uma troca de olhar mas que marcou ambas as mentes.a esperança era de se reverem mas os capatazes não permitiam.
Eles não sabiam seus nomes e nada um do outro só sabiam da cor dos seus olhos, o que era uma maneira impossível de achar um do outro.
Os dias foram passando, os europeus foram à áfrica negociaram e escolheram os futuros escravos. Chegada o dia da partida os capatazes pegaram os prisioneiros pelo braço e jogaram no porão de navio,junto aos demais que já estavam lá.
Eles não sabiam o que fazer, nem para onde estavam indo. Estavam todos em pânico com vontade de fugir. Estavam todos apavorados, era uma enlouquecida multidão. Ninguém entendia o que os outros diziam, era uma mistura de idiomas.
No navio foi onde puderam se unir, pois ficavam todos misturados. Ao serem jogados os dois viram que estavam um ao lado do outro e reconheceram os olhares.
A partir daí eles passaram a conviver juntos, se conheceram e iniciaram o namoro. Um namoro que eles não sabiam quanto tempo iria durar e nem se estavam indo para o mesmo lugar. O amor que unia os dois era um amor verdadeiro que fazia até com que eles se sentissem bem, mesmo estando nos porões dos navios.
Tudo corria bem na relação dos dois, até que apareceu clemente. Uma figura de porte horrível com cara de monstro, barba mal feita, cabelos compridos. Um capataz muito malvado e aproveitador das pobres escravas, o que não foi diferente com Rita.
Ele conheceu Rita na hora do ‘’almoço’’. E não a perdeu mais de vista. Quando Rita ficou sozinha clemente a seguiu e atacou-a.
Ele olhou Rita da cabeça aos pés, dos pés subiu novamente para a cabeça. Em seguida, passou a mão em todo o corpo dela. Ele pegou Rita pelo braço e falou:
-se gritar eu te mato! Você me pertence agora.
Rita tentou fugir, mas clemente a empurrou contra uma parede derrubando ela no chão. Em seguida clemente agarrou-a, rasgou todo o seu simples e remendado vestido e ali mesmo a estuprou. Rita queria gritar, correr, sair dali encontrar Josué e voltar para casa. Mas ela não tinha escolha. Quando o capataz a deixou sozinha, ela começou chorar.
Rita se sentia humilhada, queria se livrar das terríveis memórias que não queriam abandonar sua mente, mas sabia que tinha que conviver com aquilo, pois agora ela era uma escrava.
Os dias foram se passando, clemente atacava Rita várias vezes ao dia e ela não podia gritar e nem fugir. Além disso, Rita estava cada vez mais fraca por causa da alimentação horrível do navio e havia pego uma doença por causa das fezes que estavam por todo o canto.
Esses fatores fizeram que o falecimento de Rita fosse precoce. Josué ficou inconsolável e chegou à conclusão que tudo era culpa da porcaria da escravidão.
Se não fosse a escravidão Rita estaria viva, eles casariam e teriam filhos. Filhos que seriam livres. Josué não admitiu a morte da amada e resolveu se vingar numa rebelião, nunca vista.
Ele conseguiu achar alguns amigos seus dentro do navio. Reuniram-se todos e planejaram uma vingança: seria na noite seguinte, pois clemente estaria vigiando sozinho o porão.
Chegou à grande noite. Os escravos atacaram clemente que se achava muito poderoso. Os outros escravos cercaram Josué e clemente e aos poucos foram se juntando, pois viam que clemente estava quase morto.
-seu covarde!Pensou que minha pobre mulher seria seu território de prazer, pois aqui estou para me vingar de você, covarde imundo!
E continuou:
-por sua culpa e dos seus senhores, nós nunca seremos livres.
Depois dessas palavras Josué deu o último golpe que acabou matando clemente. Cortaram o corpo dele em pedaços e queimaram para ter certeza que ele não ressuscitaria.
Os escravos dominaram o navio e voltaram para a áfrica. Josué achou impossível continuar a vida sem Rita e se jogou em alto mar.

FIM!

Nome: Amanda Andrade, Paula Silva e Saraeli Rech
Turma: 3102
________________________________________________
                                        A Pedra de Nyaga
             
        Nyaga era negro forte e destemido, a vida o ensinara a ser daquele jeito.
      Sentado sobra à pedra no quilombo de palmares, Nyaga observava as crianças brincando com pedaços de madeira daquela terra sem dono, mas que todos os negro ousavam chamar de lar. Já fazia mais de cinco anos que aquele quilombo estava em pé, porém seus pés sobre aquele solo podia refletir a liberdade que ele esperava há mais cinco anos.
         Podia jurar ter visto o rosto de Gondê nas nuvens alvas daquele céu anil. Gondê fora seu amigo de infância e adolescência, outro negrinho vendido e separado da mãe como tantos, fora o irmão mais velho que ele talvez tivera mas não conhecera. Ambos se reencontraram depois de muitos anos naquele macombo. Muitas marcas o diferençavam, mas a dor e a luta contínua pela vida livre eram o que os aproximava como a todos os fugidos que sorriam diante dos casebres cantarolando suas cações nativas, dando glória aquela cidade negras em meio a selva daquele mundo branco e cruel.   Seu amigo, irmão de alma e luta morrera em seus braços em uma de tantas batalhas contra aqueles que se consideravam os donos do mundo, donos de gente; A perda mais cruel que vivenciara, depois da separação desumana que  fora apartado de sua mãe em meados dos seus 12 anos em um dia de sol  comum, em meio à gente de pele escura comum, todos vendidos como animais.
       A vida em sua concepção trabalhada pelo sofrimento era uma dádiva que os anos de luta pela liberdade jamais apagou de seus olhos e de sua existência.
   Uma criança se aproximou correndo de uma pedra gigantesca chamando eufórica sua mãe que o acompanhava.
-Olha aqui! –Falou o pequeno espantando – o que é Nyaga?
-É avestruz- disse uma garrotinha intrometida olhando curiosa a pedra onde estava escrito a tal palavra estranha diante dos olhos do garotinho.
-Nyaga é... –gaguejou a mãe do negrinho- Significa brilho ou avestruz, mas... Nyaga foi um grande guerreiro que lutou pela liberdade até a morte e viveu anos em nosso quilombo. Poucos falam dele, não que o tenham esquecido, mas dizem que sua alma ainda está presa nessa terra, pois seu objetivo não fora cumprido. Seu maior desejo era libertar todos os seus ‘irmãos’ onde todos pudessem ser livres.
-Conheceu esse tal de Nyaga? – aproximou-se ainda mais a Negrinha de olhos atentos
-Sim, eu era apenas uma garotinha, com meus 10 anos. – Sorriu Tuni com tom levemente entristecido- Certa vez em uma das invasões que ocorreu nesse quilombo, Nyaga me salvou da morte certa. Deu sua vida pra salvar uma simples garotinha. Era meados do inverno, a noite estava fria e ventava muito. Houve tiros, gritos, mulheres e crianças corriam, os homens lutavam. Me perdi de minha mãe no tumulto, acho que corri pro lado errado e me deparei com um homem branco de fuzil na mão, tinha olhos frios, mais frios que aquela noite. Ele ia atirar, Nyaga surgiu no meio do nada e usou seu corpo como escudo, me protegeu, ele foi baleado. Só gritou fique quietinha e feche os olhos. Quanto os abri havia negros e brancos mortos no chão que parecia sugar todo aquele sangue. No dia seguinte, a batalha havia sido ganha, os ‘brancos’ haviam recuado, mas muitas vidas foram perdidas e do meu herói foi uma delas.

Nome:  Andrieli S. Orback                                  Turma: 3101
___________________________________________________________
AMOR SECRETO DE CARMEM

Numa cidade chamada Ouro Preto, vivia Carmem, era uma mulher guerreira, sofria bastante, pois seu marido não o amava, a trocava pelas escravas.
Ela casou-se com ele por obrigação, no inicio do casamento ela não gostava do mesmo, mais com o passar dos anos ela começou a amá-lo como nunca imaginou. Porém o casamento começou a piorar quando Carmem não conseguiu lhe dar um filho.
Ele começou a viajar a trabalho, e ela ficava sozinha trancada na casa grande. Sentia-se muito só e para se distrair cuidava os escravos, pois era a sua única distração, já que seu marido havia deixado os escravos sob seus cuidados.
Logo depois de levar os escravos para a senzala, Alexandre que era filho de uma escrava com o marido de Carmem Romeu. Sempre que podia tomava conta da mesma, com o tempo Carmem começou a gostar do rapaz, ele a amava mais seu pai não o deixava chegar perto dela.
Cansados de ficarem separados os dois resolveram que teriam que ficar juntos, o amor era maior que o medo. Eles começaram a planejar a fuga, mas o plano foi interrompido, pois chegou uma visita inesperada era Augusto amigo de Romeu.
Augusto era um homem ríspido apesar de ser pequeno tinha um ego grande. Carmem teve grandes dificuldades durante o tempo em que ele passou em sua casa. Ela sentia falta de seu amado Alexandre, então ficava na janela esperando ele passar, foi quando recebeu a noticia de que Romeu havia falecido. Ela sofreu, por mais que não o gostava ela não tinha nenhuma magoa dele.
Ela ficou morando em Ouro Preto e seu irmão e esposa se mudou para casa de Carmem, ela começou a se envolver com Alexandre mais nunca pode se casar com ele, achava melhor que ninguém soubesse de seu romance com o rapaz, pois sabia que a cidade nunca iria admitir uma viúva casando novamente. O único que sabia de seu romance proibido era seu irmão que o apoiava, pois não queria ver a sua irmã sofrendo por amor.
Carmem e Alexandre viveram um romance encantador mais escondido e não aceito por todos!

Nome: Larissa Aguiar                                  T: 3101
_______________________________________________________________

                                      Cabelos cor de Mel

  
Acordei meio assustado no meio da noite, estava sonhando com ela. Levantei, em silencio fui até a casa grande, pé pós pé para não acordar os outros escravos.
Logo localizei a janela do seu quarto, onde provavelmente ela adormecia. Fiquei ali, apenas observando os movimentos que a vela que clareava seu quarto, fazia na janela. Permaneci ali por algum tempo, mas já tinha que ir, antes que alguém me visse lá.
De manhã, acordei bem cedo, fui cuidar dos cavalos da Vossa Senhoria, foi quando a avistei, estava linda, com os seus belos cabelos cor de mel, que o deixava guiar conforme o vento, seu vestido azul, com bordados, ressaltava ainda mais a sua beleza, tinha o sorriso encantador, não tinha a ignorância do seu pai, nem dos seus irmãos. Estava indo a igreja, único lugar que seu pai a permitia ir. Voltava horas depois, pois o caminho era longo.
Ela gostava de admirar as flores que havia na varanda, e às vezes passava muito tempo ali, apreciando-as. Seu lindo olhar parecia que conversava com as plantas.
Sempre que eu podia, apanhava uma rosa vermelha, e a deixava na sua janela.
Ela sempre tratava os empregados com muita atenção. Conseguia esconder muito bem os sofrimentos que passava, as marcas que seu progenitor marcava em seu corpo. Às vezes eu escutava os seus gritos de socorro, mas não podia fazer nada. Ali, as mulheres eram marcadas a serem submissas ao seu pai.
Ela nunca tinha estudado fora, sabia ler apenas porque a sua mãe a ensinara. Ficava trancada quase o dia todo, perdida nas historias dos seus livros.
Um dia, não a vi mais, tinham me vendido a outro senhor, pensava nela todos os dias, até que depois de um tempo conheci a mãe dos meus filhos, ela era um escrava também, nós fugimos, e fomos para o quilombo, nos refugiarmos dos sofrimentos que passávamos na fazenda.
Depois de uns trinta anos, tive a notícia que a minha “paixão de moleque” havia se casado com um filho de um senhor muito rico da região, que fora seu pai que lhe arrumara o casamento. Ela teve vários filhos, mas continuava linda, apesar da idade e dos sofrimentos.

Nome: Maiara Dall'Agnol                    Turma: 3101 
_________________________________________________________
                                          Um amor impossível

Leonardo avista vê, no horizonte mais um navio cheio de escravos se aproximando, o que ele não sabia era que lá em meio a tantos negros, tanta sujeira e tristeza, estava uma moça que iria mexer com os seus sentimentos mais profundos.

Alguns dias depois de Leonardo ficar reparando os negros que chegaram, seu carasco pai adquiriu alguns escravos para sua propriedade para trabalhar na cana-de-açúcar, Leonardo não tinha uma boa relação com o pai, porque não conseguia aceitar a ideia de que seu pai não tinha amor por ninguém, que tratava todos que residiam na sua propriedade como se fossem animais, ele não respeitava ninguém.
A nova escrava arrancava olhares de desejo por onde passava, porém ela não queria nada com aqueles homens, ela era muito jovem e não queria pensar sobre coisas que não era bom ela compreender. Joana sempre fora uma moça direita e sempre tentou dar o seu melhor para que assim o seu senhor não machucasse ela e seus irmãos.
Leonardo lembrava muito bem do dia em que conheceu Joana, era 1657 em dezembro, fazia um calor enorme, ele foi se refrescar pela propriedade e lá encontrou ela perto de uma árvores e com um pequeno sorriso sincero ela ganhou seu coração. Ao passar dos dias ele começou a conversar com Joana, porém seu pai não gostou muito dessa ideia de Leonardo estar apaixonado por uma escrava. O senhor deixou bem claro que se o filho continuasse se encontrando com a escrava, ele o mandaria para Portugal, para estudar e esquecer-se de Joana.
Com o passar dos meses começaram a se encontrar escondido na escuridão, eram guiados pela força da sua paixão, era um amor vencendo o medo, eles guardavam esse segredo a sete chaves em seus corações.
O pai de Leonardo descobriu a história de amor deles e mandou o filho para Portugal, para estudar e morar com uma tia. Joana foi separada da família e vendida para uma fazenda. Alguns dias antes da partida de Leonardo, eles se encontraram e ele prometeu olhando em seus olhos de mel que um dia voltaria, mas isso nunca aconteceu, cada um seguiu a sua vida, tendo em suas lembranças os bons momentos que passaram juntos.

Nome: Isabelle                                                 Turma: 3101
_______________________________________________________  
                Os quilombos
             Zumbi dos Palmares




Primeiramente  pretendo
É falar da garra
Que no meio de tanta violência
Defendeu a sua honra
Com muita bravura

Essa raça que sofreu e pagou
O preço que não devia;
Vítimas de muita crueldade
Mau tratos e selvageria.

Os seres humanos
Irão se livrar dessa época
Na consciência do homem
Esse pecado pesa muito
São história
Que nem o tempo desmancha.

Vou falar de Zumbi
Bravo,herói de pele escura
Líder de seu povo
Contra a violência com os negros
Sua raça é a negra.

Numa região marcada
Por senhores de engenho de açúcar
Onde toda a produção
Somente se sustentava
Por causa da escravidão.

A região se chama Zona da Mata
Fugiram para Palmares
Numa fuga  imediata.

Palmares foi escolhido
Por sua ótimas condições
Para sobreviver
Apenas de plantação
Lugar difícil de encontrar
Para não ter que voltar para a escravidão.

Palmares foi muito além
De uma simples fuga
Tinha organização
E resistência incomum
Quilombo igual Palmares
Não existe igual até então.

GangaZumba dos Palmares
O primeiro líder
Daqulees que escapou do cativeiro
O grande guerreiro.

Seu nome significava
Expressão :  "Grande Senhor"
Tinha físico avantajado
E força superior
Empenhou-se na batalha
Contra o poder do senhor.

Após o primeiro ataque frustado
Os bandeirantes retornaram a Serra da Barriga
O mocambo do Macaco foi destruído
Casaa incendiadas,guerreiro degolados.

Zumbi conseguiu fugir
Mas foi morto no ano seguinte
Sua cabeça foi exposta
O dia da Consiência Negra como uma respposta
Como prova que Zumbi não era imortal
20 de novembro ficou sendo
Libertação dos escravos.
Nome:  Jamile               Turma: 3101 
__________________________________
                                      Um verdadeiro amor

       
         Em 1800 viviam na Casa-Grande do senhor Joaquim, ele, sua esposa a sinhá Francisca, seus dois filhos homens, João o mais velho e Pedro o mais novo, logo seria habitada também por Joana, a filha que Francisca esperava.
     Joaquim estava a espera dos negros que chegariam ainda naquele mês, ele era um senhor bravo e rigoroso, não aguentava mais esperar a chegada dos escravos. Durante dia queixou-se para seus filhos. João não aturava mais as queixas do pai; então exigiu que fossem os primeiros a serem avisados da chegada dos negros ao Brasil. Na semana seguinte foram avisados da chegada dos escravos ao Brasil, correram para a capital e queriam logo os escravos mais fortes e mais jovens, precisavam também de uma mulher para cuidar de sua filha, quando nascesse, dentro de seis meses; a pressa era tanta que olharam apenas a idade e a saúde das moças, acharam Conceição uma bela moça, logo, a compraram.
     Conceição era mesmo uma boa moça, trabalhava muito bem, e enquanto a criança não nascia ela tricotava as roupas e ajudava na cozinha, mas com o passar dos meses não conseguia mais esconder que também estava grávida. Francisca já havia percebido, mas tinha um apreço muito grande pela moça e resolveu não contar ao seu esposo, porém, seu filho Pedro ouviu uma conversa delas e contou ao seu pai.
      Joaquim queria mandar Conceição embora, porém, ela começou a chorar e Francisca implorou pela permanência de Conceição pois era de confiança. Joaquim aceitou com a condição de que a partir do momento que essa criança completasse dezoito anos, trabalhasse para ele.
      Os meses se passaram, nasceu Joana, uma linda menina de olhos verdes a cabelos claros. Um mês depois nasce o filho de Conceição, ela queria muito que fosse uma menina para não precisar trabalhar na lavoura, mas nasceu um menino lindo, que além da pele, seus olhos eram negros como a noite. O menino se chamaria Tomé.
       Os anos foram se passando e aquelas duas crianças foram se crescendo juntas, já tinhas sete anos, adoravam brincar, porém Joaquim não permitia, então corriam sempre para os fundos da casa, adoravam ajudar Conceição preparar doces. Sinhá Francisca adorava ver eles brincando, achava linda a amizade deles, porém com o passar dos anos ela foi percebendo que os dois não se consideraram mais apenas como amigos de infância, eles já tinham dezessete anos, se amavam mas um não sabia do sentimento do outro, tratavam-se como amigos, mas um dia Tomé resolveu declarar-se para Joana, porém não poderiam ficar juntos pois Tomé logo logo teria que trabalhar com os outros escravos, pois estava prestes a completar dezoito anos e Joana era a filha do patrão. Resolveram então contar À sinhá Francisca, ela, uma senhora de bom coração disse que ajudaria eles a fugirem, mas não poderiam ir para o Quilombo pois lá seriam logo encontrados, decidiram então ir para a capital.
     Durante aquela semana prepararam tudo, na semana seguinte haveria o casamento de João, todos estariam envolvidos e ninguém sentiria falta deles naquele momento, era o dia perfeito para fugirem. Então na semana seguinte no dia do casamento de João eles embarcaram em um trêm e foram para a capital, da capital rumaram para uma outra cidadezinha do interior onde não conheciam ninguém, lá viveram durante anos, seu pai Joaquim passou anos e anos em busca de sua filha. Eles estavam felizes, porém tinham que trabalhar por conta própria, tiveram uma filha linda, morena de olhos verdes, chamava-se Laura. Eram extremamente felizes até o momento em que receberam a notícia de que o Coronel Joaquim Fagundes havia falecido. Resolveram então voltar à fazenda de sua família, lá descobriram que sei pai havia falecido em um acidente enquanto, mesmo depois de vinte anos tentava encontrar sua filha, ele faleceu sem realizar seu sonho de conhecer os filhos de sua única filha mulher.
       Joana, muito triste, voltou ao seu antigo quarto, ele a esperava exatamente da mesma forma que ela havia o deixado, porém, havia um papel já envelhecido em cima de sua cama, nele estava escrito:
       “-Minha filha, se um dia voltares aqui e eu não estiver presente, saiba que eu permitiria que se casasse com Tomé pois é um bom rapaz, mas quero que saiba principalmente que eu te amo mesmo você não sendo minha filha legítima...
        Assinado: Joaquim”
        As lágrimas em seu rosto escorriam, mas naquele momento, não havia mais nada a ser feito.

Nome: Thalita Andriele de Moraes             Turma: 3101
________________________________________________________
A história de Tião

    Só pelo nome nem seria preciso dizer que Anastácia era escrava e que muitas vezes era transportada pelo Atlântico em condições suburbanas sem direito a liberdade e sem saber para onde ia, porém agora lá estava ela com morada fixa na fazenda Esperança, trabalhava de cozinheira e agora no final do século XVII estava prestes a parir seu primeiro filho, Tião.
     Filho de uma cozinheira empregada de um patriarca que se chamava Adamastor, Tião cresceu sendo maltratado pela Sinhá. Tudo isso deve-se ao fato da mesma ter uma certa desconfiança da traição de seu marido, Amália era uma senhora de estatura baixa, robusta porém elegante, vivia submissa não participava das decisões de seu marido, para ele a função das mulheres era a de procriar e cuidar dos filhos e dos afazeres doméstico.
     Amália tinha quatro filhas todas mulheres, ela era casada com Adamastor um homem frio e sem escrúpulos que não amava sua esposa, casou-se apenas por interesse nas grandes extensões de terra do seu sogro, mas era apaixonado por sua empregada Anastácia, esta tinha um amor antigo por João um caboclo que perseguia e capturava os escravos que fugiam da senzala. Anastácia tinha diversas cicatrizes no corpo todo, todas provocadas pela Sinhá que por saber que seu amor não era correspondido, tinha inveja e por isso se sentia menosprezada diante da situação e muito revoltada, ela amarrava a pobre empregada no tronco, dava chibatadas e com  uma faca a marcava cruelmente.
    Durante muito e muito tempo Anastácia continuou apanhando mesmo quando seu filho estava presenciando tudo, ela tentava se mostrar forte e isso só fazia com que o ódio de Tião aumentasse. Certo dia Anastácia veio a falecer deixando seu filho muito triste e com sede de vingança. Tião cresceu como negro na senzala, ele passava dias e noites acordado pensando em sua mãe, também pensava em fugir, mas sabia que tudo seria em vão e que se fugisse logo seria capturado.
   Certo dia Tião encontrou Adamastor chorando, entre soluços e lagrima ele mal conseguia falar, mandou que Tião voltasse para o trabalho, ele insistiu, pediu para que seu pai se abrisse e contasse o que estava acontecendo Adamastor se calou e então Tião falou: - Pode se abrir comigo, prometo que não direi nada a ninguém, Adamastor baixou a cabeça e por um instante ficou calado, depois mandou que Tião voltasse ao trabalho.
    Com o passar do tempo Tião foi ganhando a confiança de seu pai, aquele homem frio foi substituído por um homem acolhedor, ele estava aprendendo a amar, a sentir um amor diferente daquele que sentia por Anastácia, aprendendo a confiar e dividir segredos agora ele era grato a seu filho por ter lhe ensinado os verdadeiros valores da vida. Mesmo assim Tião continuava na senzala, pois o orgulho de Adamastor era maior.
   Mesmo depois da morte de Anastácia, Amália continuava revoltada, agora a mesma mantinha um romance com João, seu marido sabia do caso dos dois, e por isso estava tão transtornado e tristonho, pensou em cometer suicídio, mas primeiro resolveu se vingar de sua esposa deu uma bela coça em Amália, cortou o seu cabelo bem curto e depois se trancou no banheiro e por fim se suicidou, quanto ao João nunca mais voltou para fazenda.
   Antes de morrer Adamastor deixou um testamento que tornou Tião herdeiro de todo o seu patrimônio, dividiu todas as suas terras entre suas filhas e não deixou nada para sua esposa. Tião aceitou que Amália morasse com ele, agora ela era a nova cozinheira da casa grande e Tião saboreava a sua vingança. 

Nome: Ana Paula                                              Turma: 3101
_______________________________________________________________
Romance proibido


       Em um dia muito chuvoso, na fazenda “Boa Esperança”, no ano de 1792, os escravos trabalhavam na chuva, em um lugar sujo, colhendo café, um trabalho pesado. Ali estavam os feitores batendo neles para que o trabalho fosse realizado com pressa.
           Mas de repente no meio de vários escravos tinha uma negra linda, seu nome era Maria, era magra, alta e com um sorriso brilhante, e acabou despertando o interesse do patriarca o senhor João.
         Ele já tinha sua família, ela era composta por seu filho Inácio, sua filha Tereza e a sua bela esposa Joana.
         Maria chamou muito atenção e não conseguia esquecê-la, o senhor João queria evitar tudo isso, porém Maria não, ele evitava passar em lugares que ela estivesse presente, mas ela sempre dava um jeito de aparecer,sempre pensando com certa malicia, achava que se ficasse com o senhor João ela teria benefícios, mas pensou errado.
          Acabou conseguindo o que queria dormir com ele, e depois de uns meses descobriu que estava grávida, mas ele continuou a ignorando.
   Quando contou, ele não aceitou e falou que a criança ia ser mestiça e ela ia continuar morando na senzala como todos os outros. A criança não poderia chamá-lo de pai, pois ninguém poderia saber dessa vergonha que estava acontecendo.
        Ela ficou super chocada e não acreditava que aquilo estava acontecendo, pois pensava que seria feliz com João, mas estava vivendo uma grande ilusão.
          Depois de meses seu filho nasceu, João foi olhar para ver como ele era e viu que ele era negro, mesmo já sabendo que isso ia acontecer não queria acreditar. Então Maria o chamou e contou que o nome da criança seria Antônio, ele ouviu e não falou nada, simplesmente pegou e saiu de cabeça baixa.
    João com o tempo começou a adoecer e um dia estava deitado em seu quarto muito mal, sua família estava ao redor já sabendo que ele podia a vir a falecer, ele pediu para seu filho Inácio que chamasse Maria e o menino Antônio na senzala, ninguém entendeu, mas a chamaram.
       Em quanto isso ele se despedia de todos seus familiares, e fez seu ultimo pedido para que todos saíssem do quarto para que ele ficasse a sós com Maria e Antônio.
      Quando chegaram pediu para que Antônio desse a mão para ele, o menino deu sua mão, e ele em prantos revelou que era seu pai, pediu perdão para ele e para Maria e disse que amava muito os dois, logo depois que deu um abraço em seu filho veio a falecer.

Nome: Nicole Palavre                      Turma: 3101
___________________________________________________________________

    Nome: Leticia C. Fajardo                         Turma: 3101
_________________________________________________________________
Passagem

... O sol num movimento preguiçoso se deitava por de trás das montanhas num crepúsculo tão belo e alaranjado que parecia incendiar a copa das árvores mais altas do horizonte. A lua inflava-se no céu, e a primeira estrela da noite se exibia ao lado de Jacir, convidava suas irmãs para a ciranda iluminando aquele céu que negava a existência de negras nuvens.
       A negrinha Bá, corria para o encontro da floresta que ficava além dos majestosos portões que marcavam os limites da Casa Grande, os quais a haviam mantido cativa durante toda sua vida mas, que agora pareciam insignificantes e mesquinhos, diante da liberdade que lhe abrira os braços.
       Ela corria e sentia o vento acariciar seu rosto, ouvia o gorjeio dos pássaros, o som de um riacho onde um dia brincara e, uma canção que ela não havia ouvido antes  mas, que lhe parecera muito familiar, a hipnotizava, encantava e a guiava por aquela mata sem carreiras demarcadas em seu solo. As árvores de longos e grossos troncos lhe serviam de escolta por aquele novo caminho a desbravar.
       Ouvia mais duas ou três estraladas do chicote que, ressoava e ecoava em seu corpo e mente, mas, que não era forte o suficiente para tocar sua alma ou ferir seu espírito. A música que lhe guiara até então lhe fez chegar a uma clareira, pequena, mas aconchegante. Tochas de fogo acessas, iluminavam uma roda onde homens dançavam e lutavam no centro enquanto entre eles e as chamas estavam negras com sorrisos no rosto e com suas crias nos braços, que em alta vós aquela canção que parecia ter sido cantada por Oxus ou Ogós, entoavam.
       E ali na fronteira entre a floresta e a clareira, escorada em uma imensa arvore de Ipê Roxo, a menina com os olhos cheios de lagrimas pensou consigo, em sua mãe e nas histórias que ela contava na fria senzala.  O calor do fogo a fazia lembrar, do calor do colo que esperava toda noite como recompensa. Com o rosto molhado sussurrou para se ouvir.
       “Deve ser aqui, a casa dos negros livres, que mamãe sempre falava. Vou contar para ela que enfim eu achei  onde possamos livres e felizes viver.
        “Creio que aqui não verei o senhor da Casa Grande gritar com a mamãe e nem levá-la ao estábulo, pois mamãe sempre volta chorando, no rosto e no resto do corpo, vários machucados.    
       “Deve ser aqui que mora o Zumbi, que vovó tanto falava antes de ser vendida e partir. Vou trazer todos para cá, para não velos mais chorar principalmente mamãe que ás vezes ri mas também chora, abraça a mim no chão frio da senzala dando seu peito que soluça e o coração que acelera fica, para eu repousar minha cabeça para ouvir e sonhar com todas as maravilhas que ela contava de lá de nossa terra mãe.”
      O calor das chamas secaram os olhos da jovem mocinha, e ao seu encontro veio um senhor que ela logo deduziu ser um sábio, um Preto Velho. O senhor de cabelos, barba e vestes brancas disse à garota que lhe acompanham-se. Ela e retrucou e disse que ainda não, pois precisava chamar sua mãe e seus amigos para que viessem também. O velho a acalmou:
      “Todos virão, mas agora é chegada sua vez.”
       O simpático senhor a pediu que lhe acompanha-se até a cabana e se apresentar a Xangô, o pai de todos os negros e de toda a criação.
       Na manhã seguinte o Coronel, ordenou que tirassem seu corpo desfigurado e dilacerado do tronco antes que deitasse mau cheiro no pátio. Seu corpo, gelado, o qual a vida tinha abandonado, tocou o chão que lentamente era cozinhado pelo sol forte.
       Ajoelhada ao lado do corpo desfalecido de sua inocente menina, que mau algum fizera para que aquele castigo maldito merecesse. A mãe pegou no colo a filha que tanto amava, com uma tristeza tão grande que seu coração doía. Naqueles olhos lágrimas já não haviam, para que pranteasse o lamentável do luto de sua querida herdeira. Num gesto simples como quem dizia um adeus que mais parecia um “até logo”, fechou os olhos que ainda brilhavam como se tivessem contemplado o divino e beijou a testa gelada da pura e inocente negrinha Ba. 

Nome: William Maciel                                     Turma: 3101
___________________________________________________________________
 Apenas Mais Um.



1903... 19 horas.
Era noite. Uma noite quente como todas as outras aqui em Minas Gerais, Brasil. Ainda me lembrava minuciosamente da viajem até aqui.
Sinceramente, torturante. Os negros gritavam por socorro dentro do convés! Também, fediam como ratos, comiam qualquer coisa, e as necessidades feitas umas em cima das outras. E agora nada mudara muito: eles dormiam praticamente no chão, e tinham somente duas mudas de roupa por ano. O suficiente para animais sem alma. Era assim que eram vistos por Senhores de Engenho e referendado pela Igreja.
Dentro de um galpão, cercada pela plantação de cana de açúcar, ouvia o silencioso desespero dos escravos buscando liberdade.
Desde que chegara aqui, ainda não me acostumei com essa situação. Apanhei meu leque, que estava sob meu longo vestido, abanando-me repetidas vezes para suportar o fervor que corria em minha pele. Mas o que eu estava fazendo mesmo ali?Ah, sim! Esperando a negra chegar.
Enquanto isso, Maria corria não muito longe das plantações de cana de açúcar, para não ser pega.O desespero tomava conta de todo seu ser. Faltavam-lhe as forças para correr, mas lembrava do que podia lhe acontecer e continuava . O que os portugueses queriam com ela?
Primeiro o filho do Coronel a abusara, agora dois homens pareciam querer o mesmo.
O filho do Coronel chamado Emanuel, numa noite dessas em que cansara do amor da esposa, pediu ao feitor que lhe trouxesse a negra mais bonita. E por azar era Maria.
Noite tenebrosa aquela, que Maria temia lembrar. Ele a tinha usado.De repente, por um descuido, ela tropeçou na relva e caiu. Os dois subordinados portugueses a alcançaram e a acorrentaram .Arrastaram Maria como um animal pelas trilhas da mata em que ela tinha se metido,até um galpão.Ali, a mulher de Emanuel a esperava aflita,mas ainda assim com um ar de superioridade.
Finalmente a peça nomeada Maria havia chegado. E agora iria levar uma lição. Com um movimento breve da cabeça dei o comando e os meus serviçais de confiança, que eram da corte portuguesa, ergueram-na e prenderam-na em um tronco. O melhor estava por vir.
-Então achas que pode te meter assim com meu marido? – falei com ódio nos olhos, então cuspi nela. - Pois pensou errado. Não sou daquelas que ficam quietas, sua nojenta.
-Mas senhora... - falou ela, e antes dela terminar, interrompi
-Mas nada! Cale-se animal! O que acha desse seu rosto? Bonito? Mas não vai ser mais.
Aproximei-me da fogueira, peguei o marcador de gado. Ainda quente, e num golpe só, a marquei na parte da face que se sobressaltava mais. Um grito estridente tomou conta do galpão .A minha dor, refletida na dela, era como se aliviasse o meu sofrimento,minha angústia.O sentimento de substituição.
A atingi novamente, mas desta vez em sua testa. Como gritava.Dei um sorriso de satisfação.
Atirei o marcador de gado na escrava e falei:
-Deixem-na aqui, sozinha, até amanhecer. Assim aprenderá a lição.Nunca mais se meta com meu marido.-Falei me dirigindo a ela.-Passar mal.Sai do galpão.
Nunca me senti tão bem. No dia seguinte ela estava morta.Problema resolvido.Uma “peça” a menos para ter de me incomodar.
Assim pensava eu na época, mas as lembranças daquele dia passaram a me atormentar. Todas as noites sem dormir, acordando diversas vezes aqui no sanatório,e pessoas me obrigando a contar esta história, de novo e de novo, sentindo culpa e arrependimento como se houvesse uma cruz de concreto sobre as minhas costas.Como se aquela alma estivesse aqui ao meu lado, determinada a me atormentar e, eu estivesse condenada a passar o resto de minha vida com essa perseguição.
Pior erro de todos. Afinal, a minha dor agora era dobrada,a dor da escrava estava comigo fisicamente e mentalmente.Era a vingança,que tão doce parecia ser, revelou-se cruel e amarga.
Nomes: Vitória Stopassola, Nadiane Miranda
Turma:3102

____________________________________________________________________
                            Roberto e seu grande amor.


Cheguei ao Brasil no século XVII como escravo numa fazenda onde conheci Josefina que se tornou meu grande amor. Mas ela sofria muito; era abusada pelos seus senhores. Depois de uns anos me convidaram para fugir para o quilombo que tinha ali perto. Aí me veio a ideia de levar Josefina junto. Conversei com meu amigo.
-João, o que você acha de levar Josefina junto comigo para o quilombo?
-Roberto, eu acho melhor esperar um pouco. Pois é muito perigoso para ela!
-É, vou falar com ela!
Foi marcada a data da fuga, mas antes de partir fui falar com Josefina.
-Josefina, você sabe que é meu amor! Então fique certa que vou mais volto para te buscar!
-Roberto nãoo!... me leve junto agora com você? Você não voltará se não me levar agora!
-Voltarei sim, pois não sei viver sem você! Até daqui alguns dias, Eu te amo!
-Roberto, não por favor, não vá sem mim!
-Tenho que ir meu amor, mais juro que volto!
Naquela noite chorei muito por ter que deixá-la, sofria por mim e também em pensar no que ela estaria sofrendo. Mas jurei para mim mesmo que voltaria para buscá-la nem que para isso perdesse minha vida. Daquela noite em diante pensei todas as noites em como tirá-la de lá. Fui falar com Judas.
-Oi, Judas! Vim ver se você não quer me ajudar a tirar a mulher que amo da fazenda
Boa Esperança?
-Claro Roberto! Assim já posso ajudar a tirar meus dois irmãos que estão lá.
-Então, tá feito amanhã à noite nós iremos salvá-los.
-Até amanhã.
Naquela noite não consegui dormir, aguardava ansiosamente a hora de ir salvá-la. Estava muito nervoso. Tudo tinha que dar certo nada podia dar errado daquela noite.
Quando cheguei à fazenda encontrei Josefina chorei. Ela chorando veio e me beijou me falou:
-Roberto pensei que não viria me buscar!
-Amor eu lhe falei que viria te buscar e vim. Pois não posso viver sem você! Mas agora vamos antes que notem sua falta e da dos outros.
-Tá bom amor vamos.
-Deu Roberto, já podemos ir?
-Sim Judas! Vamos logo.
-Roberto, vocês vão pela esquerda e nos pela direita, pois fica mais difícil deles nos
pegar!
-Tá bom Judas, se encontramos lá na frente então!
-Corre..Corre...Corre o capitão do mato esta vindo Roberto!
-Vamos Josefina corre!
-Estou correndo o máximo que eu consigo Roberto!
-Tá bom, estamos quase chegando; já dá para ver o quilombo daqui!
-Que bom Roberto, pois já não aguento mais correr! Roberto olha lá Judas e os outros!
-Vamos, tenta alcançar ele e os outros?
-Sim, amor vamos!
-Judas? Espere nós!
-Corre então Roberto!
-Já chegamos Roberto!
-Josefina chegamos, agora a partir de hoje vamos ser feliz juntos!
-É tudo que eu mais quero Roberto. Tudo vai dar certo a partir de agora amor!
-Josefina vamos que vou te mostrar onde vamos morar a partir de agora!
- Vamos sim amor, tô morrendo de ansiedade!
Depois de apresentar o quilombo, levei Josefina a nossa aldeia que ficava dentro do quilombo.
-Josefina, essa é a nossa aldeia é aqui onde iremos morar a partir de hoje! Muito melhor o que naquela droga de fazenda!
-Isso está muito bom, vou amar morar aqui nessa aldeia e com você do meu lado ainda vai ser melhor!
Por enquanto tudo esta correndo bem aqui no quilombo. Os escravos que conseguiam fugir das fazendas dos senhores iam para o quilombo se juntar a nós.

Nomes: Luriane Andrade, Andressa Santos
Turma: 3102

_____________________________________________________________
                                               O suspiro final


Em uma cidade no interior do rio de janeiro, havia uma nobre família, o barão Antenor, sua esposa e seu filho Tenório. Moravam em uma grande fazenda, se sustentavam com a plantação que tinham, por sinal era enorme. Havia de tudo, e para conseguir se manter precisavam de escravos. Cada dia que passava o cultivo aumentava e o barão precisava de mais escravos. Foi a cidade, em um leilão que havia de escravos, junto com seu filho. Chegando lá os dois avistaram uma bela escrava, seu nome era Janice, eles jamais tinham visto uma escrava tão bela, mas nem o barão nem o filho comentaram sobre tal beleza. Começado o leilão não se importaram com os outros escravos, queriam de qualquer maneira levar aquela bela escrava. Queriam tanto que acabaram levando. E a colocaram para trabalhar na casa, assim apreciaram mais a sua beleza.
Certa manha aproveitando-se da ausência de seus pais Tenório ordenou que os demais saíssem da casa, mas ordenou a Janice que ficasse junto a si, assim deitou-se com a bela escrava. Passaram-se dias e assim como de costume familiar, no verão o barão mandou esposa e filho pra capital passar alguns dias, enquanto ocupava-se com a fazenda. Também tinhas suas intenções maliciosas com a saída de sua família deitou-se diversas vezes com a bela escrava.
Passando os dias de passeio a família do barão retorna há fazenda. Passam- se meses de delírios e prazer entre o barão e a escrava e também entre Tenório e Janice. Não importava onde, na lavanderia, no quarto de hospedes antes nunca usado seguiam assim pai e filho com delírios amorosos.
de repente mudanças ocorreram tanto na fazenda quanto no belo corpo daquela escrava que julgavam tão formosa. “Tenório! Tenório!” dizia ela aos prantos “estou grávida”ensandecida, Tenório sem reação caiu de joelhos em frente a moça e começou a chorar.
“Como explicarei, como contarei?” Questionava-se com seus pensamentos durante o jantar.
Janice que já havia armado tudo para cima do pobre garoto ficou horrorizada ao vir-lhe dizer. “Contei ao meu pai”.
O barão mandou a esposa para a capital, e com sangue pulsando raivosamente em seu corpo, sacou a pistola e saiu atrás da escrava, que agora trabalhava no campo com os outros. Seu filho, enfermo esvaído em sangue pelas trezentas chibatadas ordenadas pelo pai.
Ao encontrar em meio ao cafezal, barão sem vacilar ou voltar atrás atirou na mulher indefesa que caiu no chão, manchando a terra com seu sangue. E morreram junto em um só suspiro, Tenório e Janice, mortos pela traição que o barão sentiu em seu coração.
Filho e escrava mortos por raiva e cobiça por seus devaneios por uma busca pelo prazer.

Nomes: Ana Carolina e Tainara
Turma: 3102
__________________________________________________________________
                                             A desgraça do Amor


Isabel era a única escrava branca, que vivia em uma senzala no meio dos negros, filha da cozinheira Conceição e não conhecia seu pai, o que para aquela época não era de se estranhar.
Rafael era o filho do barão José e da baronesa Ester, eles viviam na Casa grande.Isabel e Rafael cresceram juntos, Conceição cuidava dele como se fosse seu filho.Com passar do tempo Rafael percebeu que o que ele sentia por Isabel não era apenas amizade.
A jovem escrava também estava sentido o mesmo, mas o medo não deixava que ela contasse isso para ninguém, pelo fato de ser filha da cozinheira.Certo dia o barão Jose foi até a senzala, e viu a escrava sozinha. Aproveitando-se deste fato aproximou-se dela e começou a lhe passar a mão, a escrava apavorada dizia:
- Pare com isso Senhor, por favor. O que eu fiz?
Por sorte de Isabel, Rafael estava chegando para lhe falar o que sentia de verdade!
Mas chegando lá, viu seu pai tentando abusar da pobre escrava, a única coisa que ele conseguiu falar foi:
- O que está acontecendo aqui?
Seu pai levou um susto, e como um louco começou a gritar:
- O que você está fazendo aqui!?
E assim começa uma grande discussão!
Até que Isabel se levanta e diz:
- Parem com isso agora.
José muito furioso levanta e sai lá de dentro.Rafael pergunta a ela: - Esta tudo bem com você, o que ele te fez?
A escrava nervosa não sabia o que falar, ficou quieta.
Acabando com o silêncio, Rafael contou o que sentia.
Depois disso, os dois tiveram um lindo relacionamento, apaixonados como nunca! Mas isso tudo não durou muito tempo, a felicidade dos dois acabou logo, pois o barão José descobriu!
O barão fez de tudo para separar os dois, sujeitou-se até dizer que Isabel era sua filha!
Sabendo disso Isabel e Rafael, sofreram muito, mas do mesmo jeito tiveram que ficar afastados um do outro.Eles sofreram muito,mas não podiam fazer nada!
Depois de um tempo, Rafael cismou que tudo aquilo era mentira, e decidiu que iria fazer de tudo para descobrir, se era mesmo irmão de Isabel.
Demorou muito tempo, mas Rafael descobriu tudo! Já sabia, que tudo o que seu pai havia dito era mentira! Então contou tudo para sua amada.
Para o Barão não desconfiar de nada, os dois esperaram um tempo, e depois na primeira oportunidade fugiram.
No início eles tiveram muitas dificuldades, pois Rafael já não tinha mais todo aquele dinheiro, mas do mesmo jeito, ele e Isabel preferiam passar todas aquelas dificuldades juntos, do que, estarem separados e passando dificuldades nas mãos de Barão José!

Nome: Luana Ritter e Estelen da Silva
Turma: 3102
______________________________________________________________
Uma linda História de Amor




Em uma fazenda no interior do Rio Grande do Sul vivia um Fazendeiro muito rico e conhecido no Estado, como nessa época a escravidão ainda existia, esse fazendeiro tinha muitos escravos que trabalhavam para esse rico fazendeiro. O mesmo tinha uma linda filha chamada Rosa.
Como nessa época os pais escolhiam os noivos para suas filhas; Rosa já tinha um noivo, mas ela não gostava dele, porque ele era um homem muito ruim.
Foi então que um dia passeando no campo ela encontrou um escravo e sentiu uma coisa dentro do seu peito que nunca havia sentido antes. Então ela desceu de seu cavalo e foi conversar com ele e perguntou seu nome; o rapaz se chamava José. Os dois conversaram e antes dela ir embora perguntou se ele ia naquele lugar todos os dias: ele respondeu que sim.
Desde então os dois passaram a se encontrar naquele mesmo lugar a cada dois dias quando o sol estivesse se pondo. Com o passar dos dias Rosa foi descobrindo a coisa que ela sentia toda vez que via José, se chamava amor e parecia que cada dia que passava o amor ia crescendo cada vez mais.
Mas um dia sua mãe Maria ficou um pouco desconfiada que Rosa estivesse se encontrando com alguém escondida, e revolveu conversar com sua filha.
Rosa acabou confessando para sua mãe que estava apaixonada por um escravo do seu pai. Então Maria contou para sua filha que o pai dela estava começando a ficar desconfiado por ela estar saindo ao pôr-do-sol e pediu para ela se cuidar mais quando saísse, porque se seu pai a pegasse não poderia ajudá-la. Depois disso a mãe de Rosa lhe disse que só iria lhe ajudar porque ela também não gostava do noivo que seu pai havia lhe arrumado.
Então quando Rosa se encontrou com José, ela lhe disse que o pai dela estava desconfiado, então lhe disse que deixaria passar alguns dias para depois voltarem a se encontrar novamente. Os dois combinaram de voltar naquele mesmo local e hora dali a 15 dias, os dois se despediram e ela voltou para casa.
Mas durante esses dias o seu pai resolveu marcar o dia do casamento de sua filha. E com ela não gostava de seu noivo, ela pediu a sua mãe que ajudasse ela a fugir com seu verdadeiro amor, porque ela não amava o seu noivo.
E como sua mãe a amava e não queria ver a sua filha sofrer resolveu ajudá-la, elas fizeram um plano e no dia em que ela e José haviam combinado de se encontrar, ela lhe contou tudo e disse que a sua mãe iria ajudar-lhes. Mas ela disse que deveriam colocar o plano logo em prática já que seu casamento estava perto.
No dia combinado os dois fugiram e se refugiaram nos quilombos, os dois deram sorte porque o pai de Rosa só descobriu que ela havia fugido com um escravo, os dois já estavam bem seguros.
Os dois se casaram, fizeram uma casinha e ali ficaram por dois anos, e depois que descobriram que se pai havia parado de procurar os dois e que a escravidão havia sido proibida, os dois resolveram aparecer novamente.
E para a alegria de sua mãe Rosa lhe deu dois lindos netinhos - menina e um menino. Apesar de seu pai estar com ódio porque Rosa havia fugido com um escravo seu, quando ele viu seus netos, ele perdoou sua filha e construiu uma linda casa para sua filha e seu marido para que eles não ficassem mais longe dele.
E desde então aquele rico fazendeiro passou a ser um homem muito alegre e não mais aquele homem rancoroso e mal-humorado como era antes. E aquela família ficou feliz e cheia de amor e compreensão.

Aluna:Ariele Pires
Turma:3101
______________________________________________________________
                               A pérola de uma conquista...  





                              Obs.(são minhas ideias baseadas numa história real)

 Uma escrava muito jovem, de boa aparência e de um bondoso coração, mas, por ela não ser tão eficiente, recebia muitos castigos de seus senhores, o barão e a baronesa D'fonseca. Um dia a escrava Maria Julia, nome recebido quando nasceu, estava cumprindo ordens dados pela sua senhora na cozinha, quando de repente por um pequeno descuido deixa escorregar de suas mãos, um prato de porcelana importado de Portugal, neste mesmo instante a pobre escrava deixa-se levar pelo nervosismo constante agindo sob um espanto total, enquanto a patroa escuta todo aquele barulho do objeto valioso se quebrar, corre até ela e a encontra  paralisada. Reage num impulso de raiva e muito ódio, o castigo que ela aplicou a pobre escrava, custou à dor e a ansiedade da miserável;  faz montar um colar dos restos do prato e após colar bem acima de seus seios machucando lhe. Quando estava prestes a morrer de tanta dor e ferida, o sinhozinho Guilherme Sebastião, filho mais velho dos patrões de Maria Julia aparece na fazenda. O rapaz ao contrário de seus pais era totalmente contra a escravidão, ajuda-lhe num intenso consolo, cuida de suas feridas e enfrenta seu pai, acusando-o pelos maus tratos e sua mãe por não ter consideração com alguém que   serve a todo tempo, ele coloca eles na parede fazendo refletir, diante dessas atitudes monstruosas e brutas que aplicam como formas de castigo, em seres que também são humanos, os escravos. Contudo as   coisas  não se resolveu nesta chamada de atenção feita por Guilherme, ele não fazia a ideia de que mesmo desabafando e fazendo seus pais refletirem, isso iria piorar a situação, pois, foi aí que o barão se enraivou mais ainda e expulsou-o de casa e condenou a escrava  ao  mais temidos dos castigos; o tronco. Antes que isso acontecesse o rapaz fez suas malas e fugiu com ela, para uma cidade bem distante e como vingança roubou todo o ouro de seu pai escondido no porão da mansão, ao chegar à cidade, depois de dias e dias cavalgando em cima de um cavalo, repousam num galpão, adormecem por um bom tempo, ao acordarem ouvem sons de cachoeira e resolvem ir até ela para tomarem  banho, horas depois saem à procura de alimento, pois, o que tinham não era o suficiente para os dois. Depois de alimentados continuam a cavalgar até que finalmente chegam à cidade e se instalam. Ele vende todo o ouro em troca de milhares de réis, compram uma casa simples, mas, bem confortável, arrumam amigos e ficam conhecidos por bondosos e humildes, os dois se casam e Maria engravida de Guilherme, meses se passam e chega o dia do nascimento do filho, Augusto vizinho do casal chama uma curandeira bem conhecida, por ser muito eficiente e faz o parto dela, nasce uma bela menina caucasiana, de boa saúde recebe o nome de Augusta nome da mãe da ex-escrava. Anos se passam, a menina cresce e torna-se muito parecida com o seu pai, bela e bonita, por ter tomado idade, Guilherme manda a menina para fora com o destino de estudar e se formar em medicina. Quando a menina já está colocada no caminho dos estudos de anatomia, conhece Roberto um jovem de boas intenções que lhe conduz ao caminho do apoio a abolição da escravatura, uma revolução profunda que mais tarde, acabou com a escravidão de todos os negros. Ela se junta ao grupo de revolucionistas, contra a escravidão e se torna uma grande marca para a história da escravatura, pois, ajudou muito e serviu com paixão os deveres proporcionados pelo grupo, além disso, por ser a única mulher caucasiana, filha de escrava e neta de senhor de engenho, a liderar este grupo.
E foi assim, que iniciou a abolição da escravatura, a febre pegou todos os filhos de senhores de engenhos que eram contra a escravidão apoiaram e entraram para o grupo, formando-se um partido democrata contra a escravatura no Brasil, eles soltavam os negros das senzalas e davam apoio, já não havia mais ninguém que pudesse impedir o partido, já era o centro de tudo e de quase todos, Augusta passou a ser chamada de mãe dos negros e todos o admiravam profundamente, sua mãe uma ex-escrava tinha muito orgulho dela e seu pai com o seu sonho realizado.
Augusta não foi quem acabou com a abolição, mas, a pérola de uma conquista, entrou para a história e se tornou grande marca.  

 Aluna Elisandra 
Turma -3102
______________________________________________________________


                                                ISOBEL
         Em meados do século XIX eu e uma parte de minha família nos mudamos para o Brasil.Digo uma parte porque pouco antes de embarcarmos minha irmã realizou seu sonho e se casou com um capitão e também porque infelizmente antes de nosso embarque minha querida mãe,Benedita Costa acabou adoecendo e teve que passar algum tempo com nossa irmã em Lisboa.Apenas eu Isobel,meus irmãos Maria e José e meu pai Joaquim Costa nos mudamos para o Brasil.
        Também posso dizer que outras grandes coisas ocorreram nesse meio tempo.Primeiro,que o rei João VI se recusou a voltar para o Portugal dando início a revoluçãõ Liberal que deveria expulsar os militares britânicos de Lisboa. Segundo,ocorreu a separação do Brasil e de Portugal logo após a finalmente volta do rei a Porugal e Dom Pedro I foi coroado rei do Brasil.
      Quando embarquei para o Brasil eu tinha apenas 8 anos de idade,isso ocorreu em 1822.Agora,irei completar meus 16 anos de idade,tenho um irmão mais velho chamado José,ele cuida de nossa casa quando nosso pai não está e alguns meses acabou se casando,mas ainda mora conosco.Minha outra irmã,Maria tem apenas doze anod de idade,mas sabe bem mais da vida do que muitos que conheço,apesar de serem poucos.Moramos na cidade de Diamantina em Minas Gerais e algumas vezes por ano vamos até Salvador.Nossa mãe,felizmente não pode se mudar já que sua saúde vem piorando a cada ano,então Katherine cuida dela e com muito prazer,já que seu marido está quase sempre ocupado e assim as duas passam a maior parte do tempo juntas e eu passo trancada dentro da casa da fazenda.
       Claro que como sou jovem acabo descobrindo coisas novas que me fazem ocupada,o causador de minha ocupação se chama Joseph Ferraz.Não é apenas porque,eu posso até admitir que gosto um pouquinho de ver ele,é também porque ele me apresentou o amor e todas as vezes em que ele tem acesso a esse amor acaba me dando de presente.
          Acho que poderei explicar melhor.
        Desci as escadas de minha casa correndo,minha irmã estava bordando alguma coisa que não era de meu interese e a esposa de meu irmão cuidando da vida das escravas,ou seja,cuidando da vida alheia.Passei correndo para a cozinha antes que ela resolvesse me intrerogar,passei pela cozinha e desci as escadas saindo na parte de trás de nossa casa aonde tinha um pequeno riacho.
          Um par de braços fortes me puxaram pela cintura assim que desci as escadas do fundo,era Joseph com seu sorriso costumeiro.
           -Como foi seu dia livre pela cidade?-perguntei curiosa-Alguma coisa de interessante?
         Claro que minhas perguntas queriam dizer várias coisas,porém havia uma que ele sabia muito bem o que queria dizer.
          Ele tirou de dentro de sua roupa um pacote pardo.Eu sabia exatamente o que estaria dentro dele,me agarrei ao pacote e o embalei como se fosse meu pequeno bebê,delicado e preciso.
         -Também quero um abraço igual a esse-ele disse brincalhão.Sem dar muita bola por quem estava passando abracei ele demoradamente-Isobel,se seu irmão...
           -Meu irmão saiu bem cedinho e não volta tão cedo-eu disse-O problema seria se a esposa dele viesse aqui,mas isso não tem problema porque ela odeia vir nesse lado da casa.
             Ele se encostou na parede da casa.
     -Não sei por que você tanto se interessa por esses livros?Gosto mais de viver do que de ler.
     -Já leu algum desses livros que me trás?
   -Não-disse ele,chutando a terra-Não sou bom em leitura pequena,imagina nessas que demora tanto tempo.
     -Pois eu adoro.São lindas e cheias de amor,você não se lembra quem me deu o primeiro livro de romance?
      Joseph ficou tímido,baixou os olhos e pensou por um tempo.
    -Espero um dia poder viver um amor tão lindo quanto essas histórias-eu disse me escorando ao seu lado-Acho que todos deveriam ter a chance de amar desse jeito.
    -Tomara que a senhorita tenha sorte em encontrar seu príncipe encantado.
    Senti um nó na garganta,estava morrendo de vontade de lhe dizer que algumas vezes ele era um completo idiota.Que eu sentia que ele poderia ser meu príncipe,a minha história de amor impossível.
     -Eu também.
   Foi a única coisa que consegui dizer antes de voltar para dentro de casa e deixar ele,sozinho em seus pensamentos e chutando aquela terra seca.
    Os livros eram perfeitos para que eu esquecesse os meus devaneios com Joseph.Peguei uns dos livros que se chama Suspiros poéticos de Gonçalves Magalhões e me deitei em minha cama.Aquela história com certeza apagaria por um tempo a dor que as palavras dele estavam me causando.
    Acho que ninguém mais sabia da existência de meus livros de romance dentro de casa,meu pai com certeza não aprovaria que eu lesse esses livros e os madaria queimar,mesmo aos meus olhos sendo inocentes.Depois de ler meus livros eu os enviava a minha irmã,Katherine em Portugal,porque sabia que ela não teria como comprá-los morando tão longe da cidade,ela sempre mandava cartas de volta comentando sobre eles e assim acabavamos sempre nos escrevendo.Tinhamos lido juntas as obras de Gonçalves de Magalhões e nosso primeiro livro havia sido Camões que ainda era o nosso favorito.
    Demorei bem menos tempo do que achei que levaria para ler todos os três livros que ele havia me trazido.Assim,em seguida os embrulhei e rabisquei algumas palavras para Katherine.
    Pela minha janela pude ver Joseph trazendo os escravos para a senzala.Nunca quando eu era mais nova havia reparado na beleza que ele tinha;a pele mestiço, os dentes mais bem cuidados que a maioria dos homens que eu conhecia,os olhos castanhos claros,o corte em cima de seu lábio e seus braços fortes e maçisos.
    Tive que puxar o ar o mais rápido possível,olhando para ele havia me esquecido completamente de como puxar o ar.
     Ele olhou na direção de meu quarto e acenei para que ele me esperasse na saida da cozinha.
   Quando cheguei lá embaixo vi ele olhando preocupado na direção que havia acabado de vir.
    -Aconteceu alguma coisa?-pergutei preocupada.
  -Os escravos estão bastante agitados hoje,só isso-ele se voltou para mim,ainda parecia bastante preocupado-Seu pai disse que vai voltar na semana que vem e seu irmão vai chegar hoje de noite.
   -É,eu fiquei sabendo.
   -Então?
   Estendi o pacote na direção dele e senti uma certa resistência.
   -O quê?
   -É que eu não entendo porque você manda os seus livros pra Dona Katherine,ela não consegue comprar eles por lá?
   -S-sim...porque?
   -Nada,é que eu aindei pensando se você...se você não podia ler uns dos seus livros prá mim-ele pediu sem jeito-Não é que eu não sei ler,mas é que é grande e...
   -Você quer que eu leia para você?
   -Se não for encomodar.
   Senti uma alegria enorme,além de estar perto dele eu iria fazer a coisa que mais amava.Eu iria ler,e sentiria a emoção das histórias de amor novamente.
   Abracei ele e sem nem ao menos notar lhe dei um beijo na boca.
    Levou alguns segundos para que notasemos que aquilo não deveria ter acontecido ou deveria e era assim que em uma situação de verdade as pessoas se sentiam.Vergonha e medo de não saber se a outra pessoa gostou ou de que ele realmente queria tanto aquele beijo quanto você.Me recuperei rapidamente e tentei reverter.
    -Então... você quer que eu leia pra você quando você chegar da mina?
   Joseph passou a mão atrás de sua cabeça e por uma fração de segundos achei que ele estava sonhando acordado.Ele assentiu e rapidamente tratei de entrar dentro de casa.Parei na cozinha para garantir que nenhuma das cozinheiras havia visto nada e vi que apenas nós dois estávamos lá fora e dentro de casa as outras pessoas nem ao menos tinham olhado pela janela.
     Pelo menos era isso que eu pensava.
    Apartir dali,todos os dias eu saia de dentro de casa e ia até o riacho atrás da senzala e lia um capítulo de algum livro para ele.Algumas vezes de tão cansado que ele estava,acabava lutando contra o sono e eu caindo na gargalhada.As escravas começaram a sentir mais raiva por mim do que sentiam antes,agora faziam questão de serem ouvidas falando mal de mim dentro de casa para que alguém de minha família escutasse.
Infelizmente,quando meu pai Joaquim voltou elas não pararam de falar e em uma das tardes que eu estava indo encontrar Joseph ele me chamou em seu escritório.
    Ele estava olhando pela sua janela quando entrei.
    -Papai,mandou me chamar?
    Mesmo sendo uma das suas filhas prediletas pude ver a tristesa em seus olhos,alguma coisa o estava incomodando profundamente.
    -Entre,querida.
     Essas pequenas coisas faziam com que eu amasse mais meu pai do que as outras que eu conhecia.Mesmo sendo ele quem mandava dentro de casa,ele se preocuva em saber a nossa versão da história e tentar resolver da melhor forma possível.Fora assim desde que éramos crianças.
   -É verdade o que as escravas andam comentando?Que você anda...anda atrás da senzala com Joseph Ferraz?-as últimas palavras ele disse em forma de sussuro.
    Olhei para ele com um grande sorriso no rosto.
     -Papai,elas sentem apenas inveja da minha pessoa-falei tranquilizando-o-Joseph me pediu para que lesse alguns livros para ele.
     -Espero que sejam livros de respeito.
   -De modo algum eu leria livros que não de respeito,papai-falei rapidamente-Ele sabe ler mais não tão fluentemente como eu,e não estou fazendo nada mais do que um favor a ele.Sei de como você gosta dele,por isso prestei esse favor.
     Ele refletiu por um momento.
    -Mas tenho mais uma pergunta para lhe fazer-ele andou até o outro lado da sala e fechou a porta-Sei que alguns pais nem ao menos ousam perguntar uma coisa dessas a sua filha,mas eu gostaria de saber se você tem algum interesse a mais nesse rapaz.
     Minha garganta secou rapidamente.Sabia que tinha que dizer a verdade,mas isso poderia colocar a vida de Joseph se meu pai não aceitasse e ainda resolvesse se vingar dele.
     Ele gargalho alto.
    -Não precisa me responder-ele se sentou em sua cadeira e me olhou com um enorme sorriso-Quando anos mesmo Joseph tem?
    -Ele tem 17 anos.
     -Espero que saiba a decisão que tomou,agora vá.
    Saí da sala sem saber exatamente o que meu pai havia concluído.Fui atrás da senzala e encontrei Joseph andando de um lado para outro.
     -Seu pai falou comigo-ele falou atordoado-Pediu quais eram as minhas intenções com você e...
     Coloquei minhas mãos em torno de seu rosto e o beijei.Aquela era a única maneira de fazer ele se acalmar e de me acalmar ao mesmo tempo.
      -Eu disse a ele que quero me casar com você.
      Ele disse sem fôlego.
     -Casar?
     -Você não quer?
      -Eu não disse antes...é que você tem que fazer isso direito-falei pra ele-Não como nos livros mais direito.
    -Acho que eu consigo-ele se ajoelhou em minha frente e pegou minha mão-Eu não tenho nenhuma alinça,mas mesmo assim ouso pedir a sua mão em casamento.Isobel Costa,você aceita se casar comigo?
        Meus olhos estavam cheios de lágrimas,parecia um sonho e que eu iria acordar em qualquer momento,mas eu não queria acordar.A pior coisa que poderia acontecer era eu acordar e perceber que nunca havia estado realmente em seus braços e que nunca havia sentido seus lábios quentes juntos aos meus.
       Aquela notícia chegou como um tremendo choque para o resto de minha família,Maria ficou muito feliz mesmo no fundo estando preocupada com que tipo de marido iria aparecer.José e Nicolina ficaram horrorisados e tenho certeza de que Nicolina chorou durante dias seguidos por sua reputação e ainda desejou nunca ter se casado com meu irmão.Tenho certeza de que eu também me arrependeria de ter casado com um homem que nem meu irmão.Não sei a repercusão que essa notícia teve na cidade,porque eu havia parado definitivamente de me importar com o que a sociedade achava de mim,apenas me importava com o que minha irmã e minha mãe achariam e quando finalmente a carta chegou meu coração ficou bem mais leve.
         Joseph e eu ficávamos todos os finais de tarde sentados no sofá de minha sala.Meu pai nem ao menos reclamava do tipo de livros que eu lia,dizia que agora era Joseph que teria que assumir a responsabilidade.
         Com os preparativos do casamento as coisas ficaram bastante corridas pela minha casa,os comerciantes vinha até a nossa casa para que pudéssemos fazer as encomendas e alguns parentes vindo de Portugal começaram a se hospedar em Salvador um mês antes de nosso casamento.Mesmo alguns estando contra aquele casamento, temiam em dizer qualquer palavra a filha de Joaquim Costa.
        Os dias pareciam estar calmos de mais e Joseph parecia bem mais tenso.
      -Está preocupado com o casamento?-lhe pedi.
     Ele que estava desatento levantou uma das sombrancelhas.
       -Você parece preocupado.
      -Anda tudo muito calmo,temo que alguma coisa venha a acontecer-ele colocou a mão em meu rosto-  Queria que apenas ao olhar dentro de teus olhos o mundo parasse,e aí a única coisa que me importaria seria o doce sabor de teus lábios juntos ao meu.
-É lindo!
-É você.
    Um barrulho estranho venho do fundo da casa,Joseph se alevantou rapidamente e entrou dentro de casa.Fiquei esperando que ele voltasse para a varanda,quando me dei por conta ele estava me arrastando para estrada.Não sei até aonde ele me levou até que ele parou ofegante.
      -Continue correndo,eu tenho que voltar e tentar salvar mais alguém.
       -Não,não vá.
      Ele beijou minha testa.
     -Sua família ainda está lá dentro e os escravos conseguiram fugir-ele suspirou-Vá para a casa de seu tio,ele chegou a dois dias.Sabe aonde fica?
       Assenti.
   -Vá e me espere,eu nunca vou te deixar.
     Mesmo morrendo de medo corri na direção da cidade.Não ficava tão longe assim,mas aquele vestido impossibilitava qualquer movimeto. Quando bati na porta de meu tio e lhe contei o ocorrido ele partiu imediatamente para a nossa fazenda com mais alguns visinhos.Eu estava aflita e minhas mãos tremiam,não sabia se eles retornariam nem ao menos quando,me neguei a dormir e passei a noite inteira acordada rezando para que todos estivessem bem.
        Pouco depois do sol amanhecer vi os homens retornando da fazenda.Desci as escadas e corri na direção deles,vi somente minha irmã Maria usando um vestido coberto de sangue.Abracei ela fortemente e me certifiquei de que ela estava inteira.
      -Cadê nosso pai e Joseph?-ela me olhou tristemente-Fale!
      -Acho melhor conversarmos lá dentro-disse meu tio me pegando pelo braço.
      Me soltei dele e parti para cima dele.
       -Como ousa me tocar?Perdi minha família por culpa de todos vocês.Eles estão mortos por que todos vocês se acham superiores aos negros,eles são seres humanos...-ele me pegou pela cintura e tentou me arrastar para dentro de casa-Vocês são assassinos,que a ira de Deus caia sobre todos vocês!
       Sem mais força ele me carregou para dentro de casa,deixando as pessoas na rua horrorizadas com minha falta de educação.Ele me jogou em cima do sofá e Maria correu para se juntar a mim.
         -Aonde Joaquim estava com a cabeça?-ele gritou aos plenos pulmões-Quando ele disse que traria vocês para cá era exatamente isso que eu temia,a educação e o temor de vocês já não mais existe,mas agora que o pai de vocês está morto farei questão de mandar as duas para um convento na Inglaterra.
        Ele andava de um lado para o outro tremendo.
     -Casar-se com um mestiço,mas que desparate!Se seu pai não tinha sanidade pelo menos você ou seu irmão deveriam ter,mas vejo que não passam de crianças que só sabem dar vexames.As duas serão mandadas para Portugal e não quero escutar uma reclamação e nem uma palavra sobre aquele mestiço imundo!Para o quarto e só sairão de lá quando forem chamadas.
        Maria e eu entramos no quarto em que nos foi mandado imediatamente,tomamos cuidado para que nosso tio não nos escutasse.
         -Foi uma confusão,mas sei que quem me salvou foi Joseph.Não sei se ele está vivo ou morto por que não o vi mais depois disso,porém creio que esteja muito bem vivo.
        -Assim espero,assim espero.
        Faziamos nossas refeições todas em nosso quarto,durante uma semana ficamos trancada dentro daquele quarto enquanto nosso tio acabava os preparativos para nos mandar de volta para Portugal.Eu não sabia mais o que fazer,sem saber se Joseph estava vivo ou morto e sem nenhuma vontade de voltar para Portugal começei a me preparar para viver o resto de minha vida relembrando aqueles anos e pedindo a Deus que iluminasse o caminho de meu amor caso ele estivesse vivo.Maria também estava bastante abatida,repitia que não tinha vocação para freira e que queria se apaixonar e casar com um homem tão valente quanto Joseph.Aquelas palavras faziam lágrimas rolarem pelo meu rosto e quando não havia mais lágrimas me via obrigada a rir dos momentos bons que passei do lado de meu amado.
      Maria e eu já estávamos convencida de nossa partida para Portugal,nossas malas já estavam prontas.Porém um dia antes de nosso embarque uma escrava veio nos buscar dizendo que nosso tio estava nos chamando,mas ao invés de nos levar até seu escritório ela nos levou até o fundo da casa aonde dava para as árvores.Atrás da árvores havia dois cavalos brancos e num deles havia um homem montado,senti meu coração bater mais forte quando percebi que aquele homem era Joseph.
         Sem muito tempo para reencontros,subi na garupa do cavalo e Maria no outro.Nós duas olhamos por um segundo a negra parada na escada até que Maria resolveu falar.
          -Você não vem?-ela pediu em sussuros-Vamos,deixe de ser boba.Essa é sua chance.
        A negra apesar de estar um tantinho receosa correu na direção dos cavalos e com a ajuda de Maria montou em sua garupa.
       Passamos grande parte de nossos anos viajando.Maria acabou se casando mesmo estando fugida e ficou morando em uma vila bem longe de Mina Gerais.A negra que se chamava Jacinta resolveu ficar com minha irmão como agradecimente de seu resgate e eu Joseph nunca paramos.Talvez em algum lugar ou outro para descançarmos e logo em seguida estavamos prontos para seguir viagem.
     Eu gostaria de dizer que tive uma casinha e por lá mesmo criei meus filhos,mas aí eu estaria mentindo.Apesar de ter tido filhos aprendemos a dar um jeitinho de estar sempre em movimento e com nossas crianças por perto.
        Longe da sociedade cheia de orgulho e ganância percebi que nada me faltava longe dela,saudades de minha família talvez,mas nunca da exploração e da falta de amor entre as pessoas.Mesmo tendo um Brasil livre eu ainda prefiria o Brasil negro dentro do Brasil branco.E meus livros,apesar de distante,estes nunca deixei de ler.
          Traziam lembranças de um amor de irmã e do começo de amor verdadeiro que eu jamais iria esquecer.

Nome:  Raissa Lauana Antunes da Silva                            Turma: 3101
_____________________________________________________________


Nenhum comentário:

Postar um comentário